Um clássico seco e um molhado.
O Rock Nacional nunca foi tão promissor com o Secos e Molhados. Eu, particularmente tenho orgulho do Rock da banda nos anos 70, representando mais do que nunca o Brasil na era de ouro.
Antes da banda, Os Mutantes já faziam o cenário nacional com Rita Lee e cia. Em uma época em que o Zeppelin, o Purple, Sabbath, Who e entre outros reinavam, tinha uma esperança do grupo entrar nesse time. Hoje, sobre os pés da formação clássica de Ney Matogrosso, João Ricardo e Gerson Conrad, vamos entrar nessa profunda história entre o Secos e Melhados e o Rock.
O grupo foi muito importante para a música em geral no Brasil. Eles estavam fazendo tudo diferente, Ney Matogrosso era afinadíssimo e tinha como característica uma postura um tanto quanto Glam. Para muitos críticos, foi uma das primeiras bandas Glam do mundo, reverenciando o rótulo.
Ney era um tanto quanto “ emblemático “, em seu jeito de poesia e música. Era sempre comparado com o Freedie Mercury, e ganhava titulo de Mercury brasileiro. João Ricardo tinha um talento musicalmente excelente, além de Gerson, que brilhava em ótimas harmonias e arranjos. Adaptado e ligado ao Tropicalismo, mostrou sua fúria a ditadura militar em suas letras. Caetano Veloso já estourava com o sucesso de “ Alegria, Alegria “, Gilberto Gil tentava assim como Chico Buarque e outros artistas.
Rock Progressivo e MPB também é a praia do grande conjunto. Muito bom notar a qualidade em que é posto o gênero em suas músicas. Solos, refrões e clássicos, como de completo, o Secos e Molhados é uma banda de “ROCK N ROLL” clássico.
Secos e Molhados ( 1973 )
O primeiro e maravilhoso disco de estreia. Bateu todos recordes de vendas e tabus, pondo a banda no topo. Começando com o clássico e a minha preferida “ Sangue Latino “, era mais do que nítido que o grupo não estava de brincadeira. É uma canção linda feito com qualidade.
O blues também estava presente, e o outro sucesso “ Vira “ é marcado por solos bem feitos, junto com a carisma e pegada. O álbum é quente, e ainda tem mais outras preciosidades, mas uma que não posso deixar de citar é a bonita "Rosa de Hiroshima".
Com apresentações de tirar o fôlego e muita expectativa para o próximo disco, o Secos e Molhados se torna uma banda consagrada. E detalhe que esse belo compacto foi eleito em varias listas como um dos melhores discos nacionalmente.
Secos e Molhados II ( 1974 )
O último álbum da formação clássica. Por desentendimentos e problemas financeiros o grupo acaba, se despedindo em mais um belo disco.
O novo compacto da banda esta mais instrumental e é bem fiel ao seu primeiro clássico. "Flores Astrais" é uma das primeiras grande músicas que antecede mais algumas. Porém, é um álbum que acho que só deve ouvir quem gosta de algo mais calmo e conceitual. Só para os fãs e admiradores da banda, que já mantêm uma ligação com ela.
Depois que teve o fim, João Ricardo continuou com a banda com outros componentes. O sucesso continuou porque tinha muito a mostrar. Mas acho que Ney Matogrosso, Gerson e João Ricardo marcaram época e nossas mentes.
Recomendo a todos verem essa excelente banda que fez muito pelo Brasil.
7 Comentários:
Bom texto. Conheço apenas o primeiro e clássico disco de estréia da banda, gosto bastante por incluir elementos da música brasileira e difundir bem o rock progressivo que estava em auge na época. Há uma grande influência de Pink Floyd na música ''Primevera Entre Os Dentes'', minha preferidado play.
Parabéns pelo texto!
Valeu os dois Gabriel. Obrigado pelo comentário, e minha preferida é Sangue Latino e Rosa de Hiroshima Alburquerque !!!
Considero o primeiro album deles o melhor album de Rock brasileiro.
Merecida a postagem.
Daniel
Valeu Daniel. Achei necessário esse post !!!
Olá Guilherme.
Post divulgado na Teia.
Até mais
Difícil imaginar que o segundo disco foi produzido já em meio à crise (de egos e ambições) que determinaria o fim da banda. O segundo é até mais elaborado e complexo que o disco de estreia, embora eu não goste de todo o repertório dele. Mas há momentos belíssimos, como o texto musicado de Cortazar, "Tercer Mundo", "Medo Mulato", "O doce e o amargo", etc... Os arranjos são brilhantes e Ney Matogrosso exibe uma técnica vocal impressionante, rara de se ouvir em música popular. Abs!
Falou muito bem Saulo, é legar ver pessoas comentando com gosto e quem sabe do assunto. O segundo disco tem momentos muito bons realmente, como a bonita "Flores Astrais" e entre outras, mas eu também não gosto inteiro de seu repertório. Como citei é um disco para se ouvir, quem já tem uma certa ligação para banda. Não adiante começar por esse que você não vai gostar. É bem mais complexo do que o primeiro !!!
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