quarta-feira, 15 de junho de 2011

Um clássico seco e um molhado.


O Rock Nacional nunca foi tão promissor com o Secos e Molhados. Eu, particularmente tenho orgulho do Rock da banda nos anos 70, representando mais do que nunca o Brasil na era de ouro.

Antes da banda, Os Mutantes já faziam o cenário nacional com Rita Lee e cia. Em uma época em que o Zeppelin, o Purple, Sabbath, Who e entre outros reinavam, tinha uma esperança do grupo entrar nesse time. Hoje, sobre os pés da formação clássica de Ney Matogrosso, João Ricardo e Gerson Conrad, vamos entrar nessa profunda história entre o Secos e Melhados e o Rock.

O grupo foi muito importante para a música em geral no Brasil. Eles estavam fazendo tudo diferente, Ney Matogrosso era afinadíssimo e tinha como característica uma postura um tanto quanto Glam. Para muitos críticos, foi uma das primeiras bandas Glam do mundo, reverenciando o rótulo.

Ney era um tanto quanto “ emblemático “, em seu jeito de poesia e música. Era sempre comparado com o Freedie Mercury, e ganhava titulo de Mercury brasileiro. João Ricardo tinha um talento musicalmente excelente, além de Gerson, que brilhava em ótimas harmonias e arranjos. Adaptado e ligado ao Tropicalismo, mostrou sua fúria a ditadura militar em suas letras. Caetano Veloso já estourava com o sucesso de “ Alegria, Alegria “, Gilberto Gil tentava assim como Chico Buarque e outros artistas. 

Rock Progressivo e MPB também é a praia do grande conjunto. Muito bom notar a qualidade em que é posto o gênero em suas músicas. Solos, refrões e clássicos, como de completo, o Secos e Molhados é uma banda de “ROCK N ROLL” clássico.


Secos e Molhados ( 1973 )

O primeiro e maravilhoso disco de estreia. Bateu todos recordes de vendas e tabus, pondo a banda no topo. Começando com o clássico e a minha preferida “ Sangue Latino “, era mais do que nítido que o grupo não estava de brincadeira. É uma canção linda feito com qualidade.

O blues também estava presente, e o outro sucesso “ Vira “ é marcado por solos bem feitos, junto com a carisma e pegada. O álbum é quente, e ainda tem mais outras preciosidades, mas uma que não posso deixar de citar é a bonita "Rosa de Hiroshima".

Com apresentações de tirar o fôlego e muita expectativa para o próximo disco, o Secos e Molhados se torna uma banda consagrada. E detalhe que esse belo compacto foi eleito em varias listas como um dos melhores discos nacionalmente.


Secos e Molhados II ( 1974 )

O último álbum da formação clássica. Por desentendimentos e problemas financeiros o grupo acaba, se despedindo em mais um belo disco.

O novo compacto da banda esta mais instrumental e é bem fiel ao seu primeiro clássico. "Flores Astrais" é uma das primeiras grande músicas que antecede mais algumas. Porém, é um álbum que acho que só deve ouvir quem gosta de algo mais calmo e conceitual. Só para os fãs e admiradores da banda, que já mantêm uma ligação com ela.

Depois que teve o fim, João Ricardo continuou com a banda com outros componentes. O sucesso continuou porque tinha muito a mostrar. Mas acho que Ney Matogrosso, Gerson e João Ricardo marcaram época e nossas mentes.

Recomendo a todos verem essa excelente banda que fez muito pelo Brasil.

7 Comentários:

Gabriel Albuquerque 16 de junho de 2011 às 13:15  

Bom texto. Conheço apenas o primeiro e clássico disco de estréia da banda, gosto bastante por incluir elementos da música brasileira e difundir bem o rock progressivo que estava em auge na época. Há uma grande influência de Pink Floyd na música ''Primevera Entre Os Dentes'', minha preferidado play.

Parabéns pelo texto!

Guilherme M 16 de junho de 2011 às 17:39  

Valeu os dois Gabriel. Obrigado pelo comentário, e minha preferida é Sangue Latino e Rosa de Hiroshima Alburquerque !!!

Daniel 17 de junho de 2011 às 13:23  

Considero o primeiro album deles o melhor album de Rock brasileiro.

Merecida a postagem.

Daniel

Guilherme M,  17 de junho de 2011 às 15:15  

Valeu Daniel. Achei necessário esse post !!!

Anônimo,  24 de junho de 2011 às 15:56  

Olá Guilherme.
Post divulgado na Teia.
Até mais

Saulo,  24 de junho de 2011 às 22:39  

Difícil imaginar que o segundo disco foi produzido já em meio à crise (de egos e ambições) que determinaria o fim da banda. O segundo é até mais elaborado e complexo que o disco de estreia, embora eu não goste de todo o repertório dele. Mas há momentos belíssimos, como o texto musicado de Cortazar, "Tercer Mundo", "Medo Mulato", "O doce e o amargo", etc... Os arranjos são brilhantes e Ney Matogrosso exibe uma técnica vocal impressionante, rara de se ouvir em música popular. Abs!

Guilherme M 25 de junho de 2011 às 09:18  

Falou muito bem Saulo, é legar ver pessoas comentando com gosto e quem sabe do assunto. O segundo disco tem momentos muito bons realmente, como a bonita "Flores Astrais" e entre outras, mas eu também não gosto inteiro de seu repertório. Como citei é um disco para se ouvir, quem já tem uma certa ligação para banda. Não adiante começar por esse que você não vai gostar. É bem mais complexo do que o primeiro !!!

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