A imprensa musical
A imprensa musical existe há pelo menos cinco décadas, e com
todo esse tempo de vida, já se tornou algo tão natural quanto a própria música.
A crítica e a imprensa cultural atual moderna têm como função básica separar o
joio do trigo em meio ao turbilhão de informações vomitadas pela internet. E,
claro, manter de pé compromisso com a imparcialidade, prevista em qualquer
texto jornalístico. Coisa que qualquer ser humano pensante sabe, e talvez por
isso não seja obrigatório o diploma para jornalistas.
Especificamente
no meio musical, essa segunda parte do contrato não costuma ser respeitada, o
que causa uma grande lacuna vazia no jornalismo musical nacional e
internacional, que vive uma crise de mediocridade.
Para
começar, a imprensa se divide em dois: uma metade que idolatra o passado e
despreza o novo quando este não tem nenhuma referência com um som antigo; e uma
metade que supervaloriza qualquer hype passageiro estourado na internet e
aclamado previamente pela imprensa gringa. Esses tipos são encontrados,
respectivamente no mundo do heavy metal e a na turma indie/ alternativa.
Aí já está
iniciada uma grande problemática: ao especializar-se em determinado gênero da
produção musical, outro gênero, igualmente rico e produtivo, é automaticamente
relegado ao abismo frio do descaso.
E exemplos
não faltam para ilustrar ambos os lados. Na turma do metal temos: Roadie Crew,
Rock Brigade, Metal Hammer. E entre os indies: Pitchfork, Noize, NME, Q, Mojo e
até falecida Bizz, que ostenta até hoje o posto de melhor publicação sobre
música que o país já abrigou. E há ainda a chapa branca, que fica num meio
termo sem graça, como é o caso das filiais nacionais da Rolling Stone e da
Billboard.
E
continuando, ao mesmo tempo em que se ligam a um determinado tipo de música, criam
ídolos bairristas e aumentam o seu valor na primeira oportunidade, como é o
caso, por exemplo, da relação amorosa do semanário New Musical Express (NME)
com o Oasis e os irmãos Gallagher, que de tempos em tempos figuram na capa da
publicação e no topo de alguma lista estapafúrdia; ou mais recentemente, o
Stone Roses, que só este ano já esteve na capa da revista pelo menos cinco
vezes.
A falta de
profissionalismo é evidente em várias publicações, que parecem ainda viver no
tempo das fanzines: resenhas que não dizem nada; reportagens água com açúcar que
só fazem chover no molhado, entrevistas que só servem para enaltecer a
personalidade do entrevistado, com perguntas que se misturam à elogios e
notícias e matérias bobas para encher linguiça.
Esperamos que isso mude !
1 Comentários:
Olá.
Post divulgado no Portal teia.
até mais .
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